Nos anos 90, o músico Beck que ficou conhecido pelo single 'Loser' foi fortemente ligado à slacker generation, a geração preguiçosa, logo ele que ironicamente trabalhou sem parar antes, durante e após o sucesso da canção. E após alguns trabalhos muito experimentais, ele lançou aquele que seria considerado um dos grandes discos da década de 90, o Odelay de 1996, um caldeirão musical cheio de influências as quais o músico foi exposto durante toda a vida, e chegou até tornar difícil a vida dos críticos de como rotular a música de Beck, que acabou se tornando um sub gênero musical.
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Beck? Será este é um episódio de ouvir, ou de fumar? Por via das dúvidas, resolvi fazer os dois.
ResponderExcluirDanilo, que delicinha de episódio bom da porra! Desde quando ouvi Beck a primeira vez, aquela música pastosa a qual denotava ser preguiçosa demais para se revoltar até mesmo contra a necessidade de se revoltar, me pegou muito de jeito. Junto de Happy Mondays, Beck encabeçou mas sem muita vontade a geração destinada a se acomodar apaticamente sobre tudo não-mudado pelas revoluções musicais anteriores.
E fazendo isto acabou de certa forma causando mais mudanças, algumas das quais perduraram por toda a década. Inferno, o disco é delicioso. E deveríamos nos perguntar se todas as bandas de “preguisom” (era como eu chamava) vindas depois do advento deste álbum, não devem a ele sua vontade de não mexer a posição na cama. Coisas como Oasis, Blur ou Radiohead já existiam antes deste disco, mas a impressão que tenho é de que eles não eram tão petrificados no palco, e seus vocais não soavam como alguém que mastiga capim encostado na porteira, antes de ele pavimentar o caminho para o “faznadismo”.
Sei que parece como estou só reclamando da música, mas é o exato oposto. Conforme falei antes, o somatório de todos os movimentos musicais populares tentou mudar o mundo: o flower power pelo amor, o punk pela raiva, glam e metal pelas dorgas, o pós-punk/gótico pela vontade de deitar no caixão. Ao não conseguirem nada do proposto, nada mais justo que abraçar o “deixa quieto, me acorda em dez anos” como forma de revolução. O cansaço dançante enquanto declaração. E eu amo este álbum por atingir o que pode ter sido perfeitamente o ápice disto.
Muito obrigado por me relembrar esta joia. Ouvi o ep deitadinho, mas com atenção.